Porquê? Why?

Há histórias que têm que ser contadas.
Há exemplos que têm que ser seguidos.
Há personagens que têm que ser desvendadas.
E nós merecemos um jornalismo diferente que nos mostre que ainda vale a pena.



21/07/11

The blade runner


                                                                 Ilhas Virgens Americanas, 2004 - RS

Oscar Pistorius conseguiu os mínimos A para os Jogos Olímpicos de Londres em 2012, na prova de 400 metros. Terminou a corrida em Lignano, Itália, na passada terça-feira, festejou o feito, tomou um duche e escreveu no Twitter: "It feels kind of surreal".

Durante algum tempo, tive o sonho de correr nuns Jogos Olímpicos. Nunca fui suficientemente bom, mas não foi isso que me afastou do sonho. Foi a falta de empenho e de capacidade de sacrifício para treinar mais. E teria adorado ter conseguido fazê-lo na mesma prova onde brilha agora este sul-africano de 24 anos.

Pistorius nasceu sem perónios, mas não foi isso que o fez desistir. Escolheu o atletismo como modalidade e fez-se às pistas de tartan com próteses. A polémica instalou-se, os organismos internacionais não o queriam aceitar como concorrente, excepto nos Paralímpicos. Oscar não desistiu, recorreu das sucessivas decisões contra a sua participação. Em 2008, a Federação Internacional (IAAF) aprovou, finalmente a sua presença junto dos outros homens. Os que nasceram com perónios. Para correr nos Jogos Olímpicos, e já que o atleta exigia não ser posto de parte, teria que obter os mínimos de participação. 

Na terça, Oscar Pistorius correu os 400 metros em 45,06 segundos, com as suas próteses de última geração. O recorde absoluto de Portugal nesta prova é de 46,11 segundos, pelo atleta Carlos Silva e obtido em 1996.

Oscar Pistorius é um homem fora do normal.
Absolutamente fora do normal.

20/07/11

Estou de Acordo

Numa altura em que ainda não podem ser contabilizados ou sequer previstos os custos inerentes à aplicação do Acordo Ortográfico - como se pode depreender desta notícia - o Jornalismo Positivo passa a adotá-lo. E sem que ninguém tenha que pagar mais por isso.

Não é uma decisão tomada de ânimo leve e poderá levar algum tempo até que todas as palavras e expressões aqui utilizadas tenham a grafia correta do Acordo Ortográfico (aprovado em 1990 e a ser posto em prática já no próximo ano letivo), mas é meu objetivo que assim seja.
E para isso conto com a vossa colaboração, apontando erros e fazendo correções e críticas.

A língua portuguesa é a quinta mais falada do Mundo. Obviamente isso não se deve apenas aos 10,5 milhões de residentes em Portugal. O Brasil é o grande responsável por essa posição no ranking de idiomas, sendo que Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste têm uma fatia de responsabilidade igualmente importante.

A língua não pode morrer, tem que se adaptar para se manter viva.
Não me caem os parentes na lama por perder alguma acentuação ou uns 'p' e uns 'c'.
No tempo de Fernando Pessoa a grafia de farmácia era com 'ph'. E foi ele que escreveu, sobre a Coca Cola, que, primeiro se estranha e depois se entranha.
Espero que o mesmo ocorra com o Acordo Ortográfico.


  

19/07/11

O mundo não é dos cinzentos

Diz-nos o Diário de Notícias - e outros meios de comunicação - que a Universidade Católica desaconselha a utilização de chinelos e bermudas aos seus alunos, professores e funcionários. No Facebook, a boa nova espalha-se de forma viral, com comentários para todos os gostos. Não são poucos os que aprovam a medida, tal como também é elevado o número daqueles que a ridicularizam.

A Católica é um estabelecimento de ensino privado. Quem o frequenta, paga e bem para lá estar. Regras são regras e quem lá estuda tem que viver com elas. A meio do jogo, o árbitro resolveu criar uma nova, mas é a vida. Chinelos e calções, equipamentos desportivos e outras coisas demoníacas do género não têm lá lugar. Aceita quem quer. E cabe a quem quiser o acto da contestação.

Não são poucas as vezes em que surjo nas redacções com as quais colaboro, de calções e ténis, de jeans e havaianas e quase sempre de t-shirt. Não envergo a camisola do Glorioso no dia-a-dia porque essa é apenas para ser usada na Catedral e iria sentir-me bastante revoltado se me impedissem de entrar num local de trabalho por estar de calções e chinelos. Mas isso sou eu, que gosto de ver o mundo com cores alegres e vestimentas descontraídas, sejam elas em tecido ou fruto da mente.

Para fatos cinzentos e camisas às riscas, já me basta o pensamento dominante.

18/07/11

Portugal Positivo

Ontem, domingo, 17 de Julho, a revista Notícias Magazine, brindou-nos com o artigo 'Portugal Positivo', da jornalista Leonor Moreira. A entrada do texto é clara: "Há muitos seguidores da ideia de que o pensamento positivo sobre uma determinada realidade altera-a. De forma intuitiva e nada científica, só por não aguentarem mais o miserabilismo, vários portugueses usam a web para pensar positivamente acerca do país e da realidade."

É mesmo isso.
Já não se aguenta este miserabilismo vigente. Não há pachorra, usando o bom português, com ou sem acordo ortográfico.

Ao longo do artigo - muito bem escrito e estruturado, diga-se - Leonor Moreira, dá exemplos de gente que não se conforma. Patrícia Maia, editora do jornal online Boas Notícias, é uma dessas pessoas. Um trabalho notável, digo eu, o que ela e a sua equipa têm vindo a desenvolver. As palavras de Boaventura Sousa Santos também não foram esquecidas, tal como o destaque dado a este vosso/nosso blog. Se ainda forem a tempo, não percam esta edição.

E nunca se esqueçam de olhar para o lado solar da vida.