Porquê? Why?

Há histórias que têm que ser contadas.
Há exemplos que têm que ser seguidos.
Há personagens que têm que ser desvendadas.
E nós merecemos um jornalismo diferente que nos mostre que ainda vale a pena.



03/12/08

Porta pequena


Vicente Moura é o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP). Foi Chefe de Missão em 1984 quando Portugal conquistou a primeira medalha olímpica de ouro através de Carlos Lopes na maratona. Entre 1990 e 1992 foi presidente do COP, saíu e voltou em 1997. Até hoje. O comandante do desporto português nasceu em 1937, tem 71 anos. A idade de reforma em Portugal é aos 65, mas isso não vem ainda ao caso. Se ele fosse competente, poderia continuar no cargo até aos 100 anos.


Mas Vicente Moura não mostrou competência nos Jogos de Pequim. Antes de a Missão portuguesa partir para a China, o líder do COP falou na conquista de cinco medalhas e 60 pontos. Disse que 11 dos atletas até poderiam chegar a uma medalha. Dois atletas voltaram medalhados: Nélson Évora (ouro no triplo salto) e Vanessa Fernandes (prata no triatlo). Vicente Moura prometeu em Agosto que se iria demitir em virtude dos maus resultados. Depois, com a vitória de Nélson Évora, voltou atrás. Manuel Boa de Jesus, chefe de missão em Agosto último, elaborou um relatório da competição que não corresponde à verdade defendida pelos atletas.


E a Comissão de Atletas Olímpicos tomou hoje posição sobre uma provável recandidatura de Vicente Moura ao cargo. Estão contra.


Eis algumas razões, divulgadas hoje, em conferência de imprensa, por Nuno Fernandes, representante dos atletas:


- “O presidente do COP não se tem portado à altura dos atletas. Fomos abandonados quando mais precisávamos de apoio. Gostaríamos que o movimento associativo ouvisse os atletas e encontrasse alternativas. Gostávamos de uma mudança"


- Sobre o caso Marco Fortes (o atleta que referiu que de manhã se estava bem era na caminha e foi convidado a voltar a casa mais cedo): "Teve uma frase infeliz, que foi retirada do contexto e vai ter que aprender com esse erro, mas não se dopou, não agrediu ninguém e não desrespeitou o espírito olímpico e, por isso, nunca, nunca, nunca deveria ter sido expulso"


- “Por que razão um líder que sucessivamente prometeu cinco medalhas e 60 pontos, e falhou redondamente, quer continuar à frente do comité?”


- “Basta dos jogos de compromisso, do contorcionismo federativo e manobras de bastidores. Aceite a derrota e saia se ainda tem honra”


- “É tempo de dar um murro na mesa e pedir às federações que ouçam os atletas. Exigem-nos a excelência, temos que exigir o mesmo aos dirigentes”


Sem o apoio dos atletas olímpicos, restará outra solução a Vicente de Moura senão a de ir para casa escrever as suas memórias?

Sem anos de solidão


O jornal MEIOS & PUBLICIDADE informa hoje na sua edição online que irá realizar-se, esta tarde, um debate sobre os 100 anos do ensino do Jornalismo. O evento vai decorrer no auditório da Fundação Luso-Americana (FLAD), em Lisboa, pelas 18h30. Cristina Ponte, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Fernando Cascais, director do Cenjor, Adelino Gomes, jornalista e provedor da RDP e Ana Luísa Rodrigues, jornalista da RTP serão os convidados para a discussão sobre o tema da actividade jornalística em Portugal neste século de ensino do jornalismo.


Espero que não se assista a mais um daqueles debates de masturbação deontológica onde se luta contra a subjectividade e se exalta a objectividade para o bem da classe. O jornalismo de hoje não é o mesmo de há 100 anos, nem de há 50 ou de há 10. Está em constante mutação. Principalmente para pior. Neste século do imediato, onde os crimes de sangue e os fait divers são elevados à escala de notícia, vai sobrando pouco espaço para contar histórias, para mostrar realidades, para denunciar situações. E aquilo que é ensinado nas universidades é apenas palha para quem depois terá que se deparar com os acontecimentos do dia a dia numa redacção: auto-censura, filhadaputice entre colegas, lambe-botismo, pressões de lobbies económicos, premiar da mediocridade, baixos salários para quem chega à profissão, apatia do Sindicato dos Jornalistas, o papel quase inútil do Cartão de Jornalista da Comissão da Carteira Profissional, o desprezo pelo trabalho dos estagiários, ... Enfim, pode ser que também isso faça parte do debate de logo à tarde.




02/12/08

Não é uma foto do livro


Para variar um pouco o assunto, não posso deixar de mencionar a nomeação de Hillary Clinton para a equipa de Barack Obama. O presidente indigitado quer a mulher de um antigo líder dos EUA à frente da diplomacia americana. Faz bem. A sua antiga rival nas Primárias do Partido Democrata tem experiência no assunto. E não há melhor forma de mostrar união dentro do partido. Aos poucos, Obama vai fazendo das suas.

Apresentação em Serpa


O Espaço VOL, em Serpa, recebe na próxima sexta-feira, 5 de Dezembro, a apresentação do livro que vocês já conhecem. Estão todos convidados para dar um pulinho ao Alentejo. Porque a cultura e a informação devem chegar a todos. Obrigado.

Obrigado a todos

Como sabem, na passada sexta-feira decorreu a apresentação do livro 'António Raposo - O Professor Sem Diploma'. Obrigado a todos os que estiveram presentes e a todos aqueles que não o puderam fazer mas não deixaram de dar uma palavra de alento através de telefonemas, emails, sms ou comentários aqui no blog.

Não se esqueçam que o Natal está à porta e oferecer livro fica sempre bem.